Qualquer dia
A poesia mora no olhar e se revela ao mergulhar no fragmentado instante do invisível!
Minha intimidade com a fotografia nasce ao mesmo tempo que meu despertar para a poesia, quando menina. É próprio de minha ação no mundo um olhar atendo às coisas que me cercam e que para muitos são invisíveis. Fazer um livro de fotos para contar meu ano de reclusão na pandemia, além de catártico, é uma tarefa ousada em vários sentidos. Primeiro por apresentar, ou revelar, a poesia que está em meu olhar e com isso defender que a poesia mora neste lugar e toma inúmeras formas; segundo porque a impressão de um livro de fotografia é cara e deve ser feita com a maior delicadeza e o terceiro ponto é que em meio a toda esta atrocidade que estamos vivendo, manter a arte viva parece ser uma utopia. Mas confio em você e em tantas outras pessoas para fortalecer este propósito. Por estas razões tomei coragem de defender meu espaço neste mundo para continuar fazendo o que sei fazer: pensar com a filosofia e atuar como poeta. É isto que defendo em minha tese. Então escolhi profissionais que também entendem o que estou propondo e que comungam comigo deste fazer artístico, para entregar a você um belíssimo livro. Seguiremos firmes até a tempestade passar. Seguiremos juntas, juntos, juntes para que a arte viva e, por ser ela assim pulsante, você possa – como é o que ofereço neste livro – perceber toda vida invisível que está e sempre esteve e estará ao nosso redor. Permita-se!
É com a sinceridade das folhas que conto com seu apoio para que este projeto se realize.
Dias iluminados!
Flavia Quintanilha