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Quando perderemos nosso corpo?

Foto do escritor: Flavia QuintanilhaFlavia Quintanilha

Atualizado: 28 de jan. de 2020


Essa semana vi uma animação no Netflix que se chama “I lost my body” é essa experiência o start para o texto de hoje. Completamos mais um ano de “dedo de moça” e como a vida ela foi se transformando. Mesmo intencionando alguns caminhos, a transformação natural é inevitável. É no caminho que nos apresentamos como somos e se pudermos ser livres tanto melhor as experiências. Atualmente vemos tanto falar em “voltar para si mesmo”, “despertar o verdadeiro eu”, mas como é difícil saber disso tudo, não é mesmo? E realizar então? Nossa! Acho que foi por essa razão que esse filme que vi me impactou tanto. Primeiro por mostrar a história por outro ângulo. Aquele que nunca pensamos. O da mão! Isso mesmo, a protagonista é a mão do personagem. Um jovem que em um determinado momento perde sua mão e ela passa a história tentando encontrá-lo. Isso acessou um lugar que tenho estado ultimamente. Buscar o que é o meu eu verdadeiro. E daí, tudo o que é externo tem que, necessariamente, ser revisado, ponderado e até mesmo afastado. Já pararam pra pensar o quanto nos agarramos ao que é externo a nós? Basicamente tudo! Trabalho, família, filhos, relacionamento, objetos que queremos comprar. Desejo, sofrimento, contentamento. Parece que é esse o movimento. O que desejamos, se conseguimos ou não nos dá prazer ou dor. Pouco para uma vida, não? E nós? Onde está? Cada ato que leva a um resultado reverbera um fluxo de energia que acaba atingindo até mesmo aquele que nem está perto de nós. E a nós mesmos nem vemos. O que desejo realmente, o que sou realmente, o que posso realizar realmente. Vivemos, observamos e julgamos. Se a coisa que nos acontece é boa, bendizemos. Se não é bom o que acontece (bom no sentido de ser o que desejávamos), maldizemos. E daí vai tudo, amor, amizade, profissão… Mas essa história, a da mão que perdeu o corpo, me fez ver que não adianta correr e buscar nada com paixão e fúria. Resta apenas olhar atentamente ao que sou e quero e o que acontecer estar aberto para receber, dia a dia. Viver deve ser isso, não? Dia a dia! Sem maldizer, sem sacralizar nada que não seja puro. E a única coisa a se reverenciar é a vida. Ela que pode ser maldição ou benção, dependendo do que nos acontece. É isso mesmo? Por que apenas não vivemos com aquele amor inicial de quando nascemos? A natureza sabe sempre o que fazer, pois não quer dominar ou ganhar. Apenas é! E nós, por que apenas não somos? O que somos realmente? Pense em suas transformações: como era ano passado, quando se formou, quando passou no vestibular, quando completou o ensino médio, quando aprendeu a ler, quando aprendeu a andar, quando nasceu, quando na barriga de sua mãe… antes da concepção. Como era lá? É o que somos realmente. Um fragmento e universo completo de energia que se materializou aqui. Por quê? Tanta coisa nos interfere, nos irrita, nos transforma, nos molda, nos deforma. Alguns parecem ter conseguido se libertar dessas amarras e criar. Jesus, Buddha, Maria… mas nunca seremos eles. Mas os divinizamos e sabemos que não chegaremos lá. Não? Eram pessoas, apenas pessoas, como nós. Que esse texto não se perca na ilusão de acharem que estou sugerindo uma vida santa. Não, nem acredito. Vivemos, amamos, odiamos… estamos sujeitos a toda sorte de sentimento. Mas criamos a realidade. Criamos a guerra, criamos o sofrimento das crianças abandonadas e usadas, criamos a dor dos animais jogados à própria sorte, criamos a dor daqueles que instrumentalizamos em nome de lucro numa falácia de alimento para todos, criamos a doença quando envenenamos o próprio alimento, criamos dor quando apoiamos a loucura em nome de salvação, criamos dor quando apoiamos um sistema que escraviza, oprime e gera pobreza. Ora, o que me parece muito claro que o que fazemos bem é criar. Isso me alegra e entristece ao mesmo tempo, pois toda fonte de dor e sofrimento é gerado por nós. Mas o que me alegra é que podemos optar por outra coisa. Criar alegria e acolhimento em gestos simples, criar saúde optando por alimentos verdadeiramente saudáveis, criar uma vida próspera apoiando aqueles que sabemos ser honestos em suas produções e vendas, criar fartura ao negarmos a ganância, criar uma boa vida ao gerirmos a riqueza que está aqui para todos. Há fartura! Há alimento para todos! Há uma vida próspera e feliz ao alance de todos, basta olhar atentamente para cada ação que irá gerar uma reação e outra e outra e outra. Que nesse fim de ano a felicidade e realização seja real para nós que estamos nesse mundo. Que a ilusão do desejo seja colocado no banco de fora dessa ceia!

Um iluminado fim de ano!

"A reverência é uma prática muito séria. Você deve estar preparado para fazê-la, mesmo no seu último momento. Ainda que seja impossível livrar-nos de nossos desejos egocêntricos, temos que reverenciar. Nossa verdadeira natureza o exige."


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