Antes de falar qualquer coisa quero deixar claro que não há dúvida que as alterações climáticas são decorrentes da ação humana. Não há aquecimento global por causas naturais essa alteração é antrópica! Tendo isso como certeza agora podemos continuar.
O “Dia da Terra” hoje completa 50 anos! Eeeeeeee, vamos comemorar? NÃO!
“O Dia da Terra, cuja finalidade é criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra, foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no dia 22 de Abril de 1970”. Bem, aulinha de história à parte, quero abordar hoje sobre o que é real nessa crise e hoje a fala vai em forma de lista, indicações de leitura e escuta e tudo mais que puder fazer com que você se mexa:
O que precisamos ter consciência urgente é que:
a crise é real e não temos mais tempo para esperar que se confirme o problema, pois sua confirmação é a destruição total do planeta;
a pandemia não está salvando o planeta, pois ainda estamos produzindo e consumindo como antes. Por exemplo, o agro negócio não parou com a pandemia.
a pandemia está ajudando para termos mais consciência sobre o assunto, possivelmente sim pois quem sabe estejamos com tempo para olhar para isso;
a solução não virá do governo ou instituições;
precisamos falar mais sobre assunto por todo canto e exigir que se fale sobre isso em outras instâncias;
devemos usar esse tema para escolher nossos candidatos, por exemplo. Certamente todos se lembram como foram os problemas decorrentes das chuvas nesse último verão;
o colapso do clima é um problema muito maior que o coronavírus;
Vamos começar por aqui, sim a ameaça do covid-19 é nossa maior ameaça a curto prazo, mas a longo prazo é o colapso do clima. E precisamos encarar esse problema de frente. Sem se esquivar, sem romantizar, sem nos omitirmos. Quer mesmo saber da verdade, leia A terra inabitável de David Wallace-Wells. Falarei dele em meu próximo vídeo em nosso canal do YouTube a semana que vem.
Com o mundo apenas 1ºC mais quente como hoje, os incêndios florestais, as ondas de calor e os furacões inundam o noticiário e prometem em breve desabar sobre nossa história pessoal e nossa vida interior, fazendo o que no momento talvez se assemelhe a uma cultura prenhe de intuições sobre o juízo final parecer um período ingênuo, por comparação. Pesadelos sobre o fim do mundo vão se multiplicar, inclusive no quarto das crianças, onde irmãos costumavam sussurrar suas angústias sobre a morte, o significado da ausência de Deus ou a possibilidade de uma longa guerra nuclear; para os pais delas, o trauma climático entrará para o vocabulário da psicologia popular, ainda que como bode expiatório para outras frustrações e ansiedades pessoais. O que vai acontecer a 2ºC ou 3ºC? Provavelmente, à medida que a mudança climática coloniza e anuvia nossa vida e nosso mundo, fará o mesmo com nossa não ficção, de tal forma que a mudança climática talvez venha a ser encarada, pelo menos por alguns, como o único assunto que merece ser levado a sério. (p. 134)
Então, já que vamos todos morrer, desistiremos? Não! Nunca! É esse o momento de agir. Não temos outra chance, podemos aproveitar esse momento e nos questionar sobre a maneira de consumir e mudar de atitude. Verdadeiramente. Podemos exigir que tudo se altere. Conseguimos praticamente parar o planeta em decorrência do vírus. Podemos mudar a maneira de agir por causa do fim do mundo. Não temos outra maneira para garantirmos o futuro da vida. Concordo com David Wallace-Wells
o futuro climático global não está gravado em pedra
Já disse isso inúmeras vezes e repetirei sempre: há fartura e riqueza para todos aqui. É o momento de realizarmos a tão sonhada vida boa. Se nos mobilizamos por razão do coronavírus, certamente conseguiremos por toda a vida que aqui está.
É fato que o covid-19 causou o cancelamento da reunião anual da Convenção do Clima em Glasgow desse ano, mas saiba o problema não foi cancelado nem adiado. Quando você vai fazer alguma coisa?
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